Thursday, December 28, 2006

Zombie vs. Human

Quando estamos bem aparece sempre algo do nosso passado, que já está mais do que enterrado, para nos moer o cérebro com tentativas desesperadas de reconciliação com o nosso presente. Se está tudo resolvido; enterro feito; luto ultrapassado; porque é que estas sombras nos perseguem? São zombies. Parece que estão a cada esquina à espera do momento certo para atacar. E é isso mesmo que sinto. Um ataque do qual me sei defender devidamente, com as armas e munições que desenvolvi depois de longos períodos recuperação e análise. E o ataque deles vai direitinho ao centro das nossas operações? Cérebro. Alimento preferido dos zombies... ouvi dizer. Ou é o cérebro ou é a carne do nosso corpo. Cérebro e carne. Corpo e mente. Assim me atingiu este zombie. Primeiro atacou-me e amaciou-me psicologicamente, depois foi fisicamente. Claro que as armas servem para alguma coisa. E as minhas são as de dissimulação maciça. Como morto-vivo que é, um zombie já se encontra desprovido de intelecto e bom-senso. Daí que não consiga desistir. Porquê? Porque tem fome. Interprete-se o termo fome de todas as maneiras e sentidos possíveis dentro deste contexto. Pouca sorte.
O passado por mais enterrado volta sempre para nos atacar. Seja o bom seja o mau. E se esse passado assume dimensões físicas semelhantes às de um ser humano. Cuidado. É um zombie... ou a Floribella (a terrível encarnação das novelas da tarde que nunca me deixam os pesadelos em paz).

Tuesday, December 26, 2006

Mundo do Brinquedos II


Fazia todo sentido ter esta imagem aqui depois do meu pesadelo de há duas noites.

Monday, December 25, 2006

Mundo dos Brinquedos I

Bem-vindos ao Mundo Encantado… já todos sabem o resto. Pois bem, para mim não tem nada de Encantado, muito menos de Mundo. Foi mais uma cidade… ou uma vila.
"Bem-vindos ao Mundo Distorcido dos Brinquedos"
Adoro publicidade e gosto ainda mais de comprar os produtos que têm publicidades bonitas. Principalmente aqueles em que os anúncios implicitamente nos dizem: - Como é que viveu até agora sem isto?
E depois vêm os brinquedos. Tal como quase ninguém da minha idade, gosto de ver os brinquedos nas estantes dos supermercados, ou nos centros comerciais. Gosto de ver os preços - e entrar em coma só por uns segundos - enquanto penso nas fortunas multimilionárias que vou gastar quando e se tiver algum filho. Mas não gosto de ver os anúncios de brinquedos. Para além de serem loucos, não correspondem à realidade. Que mensagem estamos a passar às nossas meninas de 3, 4, 5, 6 anos e por ai fora, quando lhes oferecemos um Nenuco? “Vá moça, quando começares a ovulação podes logo ter um verdadeiro!?”, ou então “Aprende a limpar e a cuidar do boneco de plástico, assim quando nós – os pais – formos ao cinema, ou jantar fora, ou fazer swing, podes tratar dos teus irmãos?!”, e “Veste-te e despe uma Barbie, quando cresceres irás dar o devido valor ao velcro e ser uma stripteaser louca!”. Para não falar dos brinquedos que instigam o “matem-se uns aos outros”, “se é uma sereia vou-me atirar da barra de Leixões para ir viver para o mar como ela”, “nunca mais vou sair de casa porque existem tartarugas mutantes por aí” e “sou um rapazinho menor e adoro brincar com homens musculados que vivem a roçar-se uns aos outros”. Digo tudo isto, mas com amor aos brinquedos. Mas, à primeira vista, uma criança não vai entender, de certeza, o significado duma brincadeira se não se dispensarem alguns minutos de vida para tudo ser devidamente explicado. Uma vez conversei com duas crianças que achavam muito natural o exemplo marcado por um jogo de consola em que o objectivo era dar valentes tareias a prostitutas. Ok, elas são produtos do demo, uma imagem de marca do Intendente e uma das maiores bombas biológicas ambulantes do planeta; mas mesmo assim não merecem espancamentos sucessivos com tacos de baseball perpetrados por menores.
Antes de oferecer, e atenção, não digo para não oferecerem. Se podem, dêem. Dizia, antes de oferecer, usem uns minutos de vida para explicar o sentido dos brinquedos. Não é por isso que o Benfica não vai ganhar ao Marítimo, nem que a Maria Laurinda vai deixar de dar mais uma golpada na mãe.
“Maria Laurinda you rock!”

Sunday, December 24, 2006

Desilusões

Assim se passou mais um Natal.
Sem confusões, imensa comida, um jantar perfeito, má disposição pós refeição... enfim a comum consoada da minha vida.
Depois veio a gelada realidade. Ir buscar as prendas.
Como "adulto" que já sou coube-me a tarefa de ir buscar e carregar os presentes que estavam na garagem lá de casa. Enquanto ia no elevador carregado de embrulhos coloridos ia pensando - afinal o Pai Natal foram sempre os "adultos" da minha infância a irem buscar as prendas. Tudo feito com rapidez e em surdina, como se estivesse a assaltar uma ourivesaria.
Sentei-me na sala a ver toda a gente desembrulhar as suas caixas e caixinhas com surpresas ou desilusões (inclui-se aqui todo o sortido de cuecas e meias, roupa de cama e pijamas, e objectos decorativos menos interessantes); pensei que era mais giro antigamente, mesmo com os adultos a esgueirarem-se para irem buscar presentes às malas dos carros.
Flashback - 1988, 24 de Dezembro, 21h00
- O Pai Natal não existe!
- O quê? - disse eu incrédulo.
- É verdade. A tua irmã e o meu irmão contaram-me, mas pediram-me segredo.
- Não acredito em ti! Oh mã-ã! A Susana diss...
- Cala-te, querem que eles descubram que eu te contei?
- É mentira.
- Então logo vamos ficar atentos para descobrir-me e termos a certeza.
- Combinado. (Devia ter dito: "You're going down bitch!", mas não me ocorreu... talvez por ter só 8 anos, sei lá).
Assim descobri e foi uma desilusão medonha que envolveu uma belíssima choradeira que devia ter sido galardoada com um Óscar ou dois, ou pelo menos um Globo da Sic. E a Susana da história também seria uma das premiadas pois não me ficou atrás na categoria de dissimulação e apunhalamento pelas costas!
E amanhã em estreia nacional: Dia de Natal - Parte II, o regresso das travessas de comida.

Wednesday, December 20, 2006

Enfim sós

Afinal mais gente notou. Andavam tantas pessoas de carrinho das compras do supermercado pelo centro comercial fora que os "presidentes da junta" destes locais decidiram colocar umas barras que previnem a passagem dos ditos veículos aos andares superiores destas superfícies. Mas o Óscar para as melhores barras de prevenção vai para as barras que estão à estrada das escadas rolantes. Quem na sua perfeita sanidade e higiene mental levaria um carrinho de compras escada abaixo ou escada acima.Para além de ser totalmente um feito heroico é também o extra presente de Natal para quem quer arranjar um desarranjo vertebral. E com o frio que está estas dores se vêm é mesmo coisa para ficar...
Ainda bem que sou de Trás-os-montes. Já só faltam 4 dias para a mega alarvidade. Comer até perder os sentidos... deve ser este o lema das minhas tias, e avós e até, consequentemente, da minha mãe e irmã. É um sentimento maternal que dava para alimentar toda a África Coitadinha, e que elas deviam usar numa de instinto de solidariedade. Mas não.
E ainda bem, senão estavamos todos órfãos.
E sem comida extra elaborada e caloricamente em sobrenaturais.

Tuesday, December 19, 2006

Sinais do apocalipse

Chego a casa ainda atónito com o que vi. Só pode ser mais um sinal de que o fim dos nossos dias está a chegar. Ou isso, ou era unicamente uma pessoa possuida pelo demónio das compras do Natal 2006.
Adoro centros comerciais. São cidades pequeninas. Qualquer dia constroem casas dentro deles. É possível que até já haja quem viva nalgum deles. Pensando bem, onde é que dormirão os seguranças que lá estão de Sol a Sol? Ou então as senhoras das limpezas das casas-de-banho, que têm de autografar, de hora a hora, aquelas folhas de escala afixadas nas paredes dos ditos. Estou a fugir ao tema... Ninguém quer saber porque é que eu gostava de viver num centro comercial. O sentimento de parasitismo seria uma loucura.
Pois bem, vi numa das praças do segundo piso 4 casais com carrinhos das compras do supermercado dessa superfície. Mas não iam cheios de sacos plásticos com leite, ovos, margarina e azeite virgem, não. Iam cheios de sacos das outras lojas existentes no centro comercial. Detalhes a reter: estavamos não no supermercado e presencialmente no segundo piso. O supermercado fica no rés-do-chão. Estas pessoas andavam a fazer as suas compras de Natal com a ajuda dos belos carrinhos do supermercado? - nestas alturas tenho saudade dos carrinhos de compras daquelas vizinhas com imensos gatos e mini-meia, e dos burrinhos e dos cestos à cabeça (destes últimos nem tanto porque ainda há uma semana vi duas senhoras, no meio da cidade, a carregarem as compras do supermercado à cabeça: foi uma delícia). O consumismo está a tomar conta das pessoas e o Natal deixou de ser importante pelas razões pelas quais se começou a celebrar. E eu que cresci a acreditar que o Natal era importante pela comida. Pelas grandes variedades de doces e doses industriais de comida. Era um sentimento anual de coma de alimentação. O sonho de qualquer ser que vive para servir a gula.
Pois, agora só se compra. Quanto mais melhor. Uma questão: se durante todo o ano formos comprando aquilo que gostamos e formos oferecendo o Natal pelas prendas fica a ser quase diário? Ainda melhor! Felizes agora? Os trocos que se poupam e a não necessidade futura de criar estacionamentos de carrinhos das compras à porta das lojas. Vou candidatar-me a presidente da junta dum centro comercial! Se há gente que vive lá tanto tempo, devem precisar de presidente da junta. Felicidade.

Monday, December 18, 2006

Primeiras impressões

Apenas me decidi há um dia. A ideia de ter um blog é um pouco anarquista porque qualquer coitadinho, ou qualquer galdéria, pode começar a escrever o que lhe apetece sem ficar a dever nada a ninguém. Que ideia mais errada! A globalização é o máximo, mas daí a estarmos a levar a cabo batalhas pessoais de proporções Senhor dos Anéis só porque não gostamos da opinião de um ministro, ou das reivindicações de um comunista é apenas uma perda de tempo. Porque é que nos interessamos tanto por destruir as imagens alheias? Porque é que ainda temos todos uma mentalidade de província? Sim todos! É óbvio que me incluo e sublinho o meu nome. Adoro criticar o trabalho alheio. E mesmo se for um feito válido, critico à mesma caso este seja da autoria de um ser humano que eu não tenha qualquer empatia.
Decido assim, não falar mal de ninguém neste "meu" blog com nome de bolo, ou de prato típico de alunos canibais ou de ministros da educação também canibais e que tenham como língua mãe o inglês.